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Abismo separa escolas públicas e privadas

Apesar de o Brasil apresentar uma das maiores desigualdades na distribuição das notas dos alunos, de 2003 para 2006, os dados do Pisa revelam que essa diferença diminuiu.

Entre 35 países onde foi possível fazer essa comparação, o Brasil foi o que apresentou a maior distância, em número de pontos, entre os alunos da rede pública e da privada na prova de Ciências. O resultado mostra que a elite brasileira, quando confrontada com a de outras nações no Pisa, também tem desempenho abaixo da média. Mesmo estando muito melhores do que os jovens das instituições públicas, os estudantes de particulares ocupariam somente a 24ª posição e estariam abaixo da média dos países da OCDE.

Como nem todos os países possuem rede privada em tamanho significativo, essa comparação se resume apenas a um grupo de 35 nações. Em alguns casos, como em Hong Kong, território chinês, ex-colônia britânica, a rede pública é melhor do que a particular. Mas é preciso levar em conta que lá, diferentemente do Brasil, a maioria das escolas particulares, onde estão 91% dos alunos, depende do financiamento estatal.

O pífio desempenho da elite brasileira já havia aparecido em outras edições do Pisa. Um estudo preparado pelo pesquisador Creso Franco, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, mostra que, em 2000, os estudantes brasileiros de maior nível sócioecônomico ficavam muito atrás dos de nações como França, Coréia do Sul, Estados Unidos ou Espanha.

Apesar de o Brasil apresentar uma das maiores desigualdades na distribuição das notas dos alunos, de 2003 para 2006, os dados do Pisa revelam que essa diferença diminuiu. Nesse período, a média dos estudantes que estavam entre os 5% piores teve ganho de 23 pontos em Matemática e de 11 pontos em Leitura.

Entre os que estavam entre os 5% melhores, a média variou apenas dois pontos em Matemática e teve queda de 19 em Leitura. O mesmo acontece quando, são selecionados os 25%melhores e os 25% piores. Entre os piores, as médias avançam 22 pontos em Matemática e caem dois em Leitura. Entre os melhores, o avanço em Matemática é de oito pontos e a queda em Leitura, de 19.

Fonte: Folhapress