Educação puxou desenvolvimento social no país entre 1995 e 2006, informa BNDES

Apesar do crescimento de 10,2% na renda do brasileiro entre 2005 e 2006, o desenvolvimento social do país nos últimos dez anos foi puxado pela educação. Segundo a segunda edição do Índice de Desenvolvimento Social (IDS), divulgado hoje (6) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a educação registrou taxa de crescimento de 59,5% de 1995 a 2006.

O levantamento revelou ainda que as melhorias no desenvolvimento social reduziram as desigualdades entre as regiões. Em termo de indicadores sociais, em vez das cinco regiões distintas em 1995, o país evoluiu para apenas duas regiões em uma década: uma que inclui o Centro-Oeste, Sul e Sudeste e outra que abrange o Norte e Nordeste.

Para o superintendente da Área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico (APE) do BNDES, Ernani Torres, o país precisa continuar a reduzir as desigualdades. “Para tentar trazer o Brasil do andar de baixo para cima, saúde e educação continuam sendo fundamentais. Em particular duas coisas: esgoto e crianças nas escolas por mais tempo”, destacou.

Por regiões, o maior incremento no IDS-Educação foi notado no Nordeste, onde o índice subiu de 0,08 ponto em 1995 para 0,34 ponto em 2006. Segundo o superintendente do BNDES, isso se deve ao aumento da taxa de alfabetização (de 57,8% para 71,1%) e da média de anos de estudo da população ocupada (de 3,9 anos para seis anos).

De acordo com Torres, além da educação, a saúde ajudou a impulsionar a situação do Nordeste no resultado por regiões do país. No caso da região Norte, o nível de educação registrou queda a partir de 2004, mas, segundo o superintendente do BNDES, isso foi provado pela inclusão da área rural na amostra em 2003.

Para Torres, o principal desafio para reduzir as diferenças regionais consiste em ampliar a cobertura de saneamento. Segundo ele, o abastecimento de água apresenta um padrão homogêneo e razoável no país. A desigualdade, segundo ele, concentra-se na ligação das residências à rede de esgoto.

“Enquanto Brasília apresenta nível de primeiro mundo, o Norte e Nordeste têm níveis próximos de zero”, ressaltou. “Em alguns lugares, o indicativo é que a população cresceu mais rápido do que a rede de saúde. Ou seja, o nível de cobertura diminuiu”, disse Torres.

O representante do BNDES afirmou ainda que a manutenção das crianças do Nordeste nas escolas e o fortalecimento dos programas sociais do governo na região prestam uma grande contribuição ao índice de desenvolvimento social do país.

Fonte: Agência Brasil